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Podridão-Parda

  • leticiaagrouesb
  • 5 de nov. de 2015
  • 3 min de leitura

A podridão-parda é uma doença que provoca perdas que giram em torno de 30% da produção, e ocorre em quase todas as regiões produtoras de cacau. Na região cacaueira da Bahia é conhecida pelos nomes de "mela", "friagem" ou "geada", "mormo" e "queima".

É provocada por um fungo que ataca os frutos, almofadas florais, troncos e raízes, destruindo os tecidos da planta causando seu apodrecimento. O fungo é conhecido cientificamente como Phytophtora spp, sendo que a espécie capsici, apesar de ser menos virulenta, é a que predomina na região cacaueira da Bahia, presente em 95% do ataque dos frutos, existindo outras espécies como a palmivora, citrophtora e hevea que também provocam prejuízos em menores proporções.


Sintomas

A infecção do fruto é sem dúvida, a de maior importância, caracterizando-se pela mancha escura que aparece 3 a 4 dias após a penetração do fungo, aumentando rapidamente, podendo tomar toda a superfície do fruto em pouco tempo, transferindo um cheiro característico de peixe.

Quando o fruto enfermo é deixado na planta, o fungo se desenvolve através do pedúnculo atingindo a almofada floral, podendo posteriormente produzir um "cancro" no local da almofada.

Controle Profilático

Consiste em algumas práticas que contribuem para reduzir a incidência da podridão-parda, e que devem ser efetuadas como medidas auxiliares ao controle químico. As práticas profiláticas mais recomendadas são as seguintes:

  • remoção dos primeiros frutos atacados;

  • colheitas mais freqüentes e retirada dos frutos atacados e secos;

  • retirada dos coqueiros da área;

  • quando não for possível a remoção dos casqueiros, amontoá-los e aplicar fungicida à base de cobre, a 0,3% com pulverizador costal manual, ou na dosagem que estiver sendo feita a pulverização dos cacaueiros;

  • amontoar os casqueiros e cobrí-los com folhas de bananeira;

  • quebrar os frutos na sede, ou em locais fora das roças, evitando a formação de casqueiros na área cultivada;

  • efetuar podas de limpeza após a colheita final;

  • efetuar o releamento de sombras nos locais mais densos e drenar as áreas alagadas.

A remoção dos casqueiros, ou quebra dos frutos fora da área da roça, são as práticas profiláticas que mais contribuem para diminuir o ataque da podridão-parda, porque elimina a fonte de inoculo. A pulverização dos cacaueiros e casqueiros ao mesmo tempo se justifica pelo custo de oportunidade. A prática mais econômica é o amontoamento dos casqueiros e o cobrir com folhas de bananeira ou de outros vegetais, entretanto não evita a disseminação do fungo. A adoção de uma destas práticas vai depender das conveniências de cada imóvel.


Controle Químico

O controle através de fungicidas à base de cobre é o mais usado nas áreas produtoras. A economia do controle depende de três fatores: produtividade do cacaual, intensidade de ataque da doença e preço a ser alcançado pelo produto.

Na Bahia, recomenda-se para as áreas de incidência da enfermidade, além das práticas de efeito profilático, o uso de quatro pulverizações com fungicida à base de cobre, 3 g do princípio ativo/planta ou 2,4 Kg/ha diluído em água, na razão de 160 litros/ha com uso de pulverizador costal motorizado, durante o período de maio a agosto, com intervalos de 30 dias, considerando-se 800 plantas/ha, o que daria uma média de 200 ml de solução/planta.

No caso de controle com o sistema de mangueira e lança, usam-se 2,4 Kg do princípio ativo/ha na razão de 400 litros de calda.

Para se obter as dosagens recomendadas é necessário que se trabalhe com equipamento de vazão conhecida e a forma de se reconhecer isto é através de teste de vazão.


Teste de Vazão

Em condições normais de aplicação pode-se tomar uma quantidade de solução, por exemplo, 5 litros, e efetuar a pulverização contando o número de árvores pulverizadas até que se egote a solução.

Considerando que os 5 litros tenham sido gastos em 20 plantas, tem-se:

5000 ml (5 litros) . . . . . . . . 20 plantas

X . . . . . . . . . . . . . . 1 planta

X = 250 ml/planta

O tempo gasto na aplicação é importante para se avaliar a eficiência do operador, pois este tempo nunca deve estar nem muito acima nem muito abaixo de 30 segundos/planta.

Voltando ao cálculo acima e considerando uma população de 800 plantas/ha tem-se:

800 x 250 ml = 200 litros - quantidade de água em que deve ser diluído o fungicida.

A quantidade de fungicida, produto comercial, vai depender da percentagem do princípio ativo. Por exemplo, um fungicida a 50% do princípio ativo, para que possa aplicar 3 gramas do p.a./planta, serão necessários 6 gramas do produto comercial e como são 800 plantas, 4,8 kg será a quantidade de produto para aplicar em 1 hectare.

 
 
 

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