Antracnose Da Couve
- leticiaagrouesb
- 14 de fev. de 2016
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As doenças denominadas de “antracnose” são causadas por espécies de fungos do gênero Colletotrichum e podem resultar em grandes prejuízos econômicos em muitas hortaliças, especialmente em regiões tropicais e subtropicais. Perdas de produção e qualidade podem ocorrer tanto em condições de campo como em pós-colheita. A principal estratégia de controle destas doenças é baseada na aplicação freqüente de fungicidas. No entanto, a resistência de espécies de Colletotrichum a alguns princípios ativos já tem sido relatada em hortaliças. Além disso, o controle químico pode apresentar pouca eficiência em algumas condições ambientais muito favoráveis ao estabelecimento da doença e sua rápida disseminação, tais como temperaturas elevadas associadas com umidade elevada e/ou chuvas intensas e freqüentes. Outro agravante é que existe um complexo de espécies e/ou raças de Colletotrichum para muitas hortaliças hospedeiras que são capazes de infectar simultaneamente a mesma planta ou até o mesmo tecido. Muitas espécies de Colletotrichum têm ampla gama de plantas hospedeiras, nas quais podem sobreviver na forma de infecções latentes ou induzir níveis variados de doença. A alta variabilidade inter e intraespecífica, associada ao amplo perfil patogênico e gama de hospedeiras das espécies de Colletotrichum, dificultam o melhoramento genético, e requer o desenvolvimento de cultivares com resistência estável e de amplo espectro. Por esta razão, são relativamente poucas as cultivares comerciais disponíveis com resistência a este grupo de patógenos.
Sintomas
Os sintomas da antracnose são visualizados em todas as partes da planta. Se forem utilizadas sementes contaminadas pelo patógeno, lesões marrom-escuras ou negras podem ser observadas nos cotilédones logo após a emergência das plântulas. No caule e no pecíolo, as lesões têm formato elíptico, são deprimidas e escuras. Nas folhas, os sintomas mais característicos são observados na face inferior das folhas, como um escurecimento ao longo das nervuras, podendo também ocorrer necrose nas áreas adjacentes às nervuras(Figura acima, Antracnose na folha do couve).
Epidemiologia
As condições favoráveis ao desenvolvimento do patógeno da antracnose são as temperaturas moderadas, entre 15°C e 22°C, associadas à alta umidade relativa do ar, por um período de seis a nove horas. O patógeno sobrevive em restos de cultura e no interior das sementes, o que possibilita sua transmissão de um plantio para outro e para longas distâncias. Pode também ser transmitido pelo vento e por respingos de água de chuva.
Controle
A utilização de sementes sadias e tratadas com fungicidas é uma estratégia importante e eficiente para o controle da antracnose. Contudo, a forma mais econômica de controle dessa doença é a utilização de cultivares resistentes.
Outras alternativas para conter a antracnose são o controle químico com fungicidas e a rotação de culturas, que reduz o inóculo inicial que sobrevive no solo.
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