Antracnose Da Mangueira
- leticiaagrouesb
- 14 de fev. de 2016
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É considerada uma das doenças mais frequentes e responsáveis pelas maiores perdas econômicas em áreas produtoras de manga no mundo, necessitando, em certas ocasiões, de tratamento pós-colheita. Alta severidade da antracnose ocorre em locais ou épocas onde há frequência de chuvas e predominância de alta umidade relativa. No Semiárido nordestino, sua importância é restrita às épocas em que a floração e o desenvolvimento de frutos, coincidem com a ocorrência de chuvas.
Sintomatologia
Os períodos críticos de maior suscetibilidade da mangueira às infecções por C. gloeosporioides são: fase de florescimento, frutificação, emissão de folhas novas e gemas florais. São nessas ocasiões em que o patógeno pode causar queima de panículas, mumificação de frutos e necroses em folhas.
Sintomas em folhas são inicialmente manchas pequenas, de contorno arredondado ou irregular e coloração marrom escura, cerca de 1 mm a 10 mm de diâmetro, que podem surgir tanto nas margens como o centro do limbo foliar, e em ambos os lados da folha. Em condições de alta umidade, estas manchas ficam maiores e podem causar o rompimento do limbo.
Infecções em brotações e/ou ramos novos, desenvolvem manchas necróticas e escuras, que podem evoluir para um secamento descendente, da ponta para a base, causando desfolha do ramo.
Em inflorescências, surgem pontuações escuras que se tornam alongadas e profundas, provocando a morte de flores e queda de frutos jovens.
Quando a infecção é em frutos, o patógeno pode permanecer quiescente e os sintomas surgirem durante o amadurecimento em pós-colheita. Durante o amadurecimento, manchas marrom-escuras a pretas, geralmente arredondadas e levemente deprimidas podem se desenvolver em qualquer parte do fruto. Com a evolução dos sintomas, as manchas se tornam maiores e mais deprimidas, com pequenas rachaduras em certos casos, levando ao apodrecimento do fruto.
Aspectos epidemiológicos e controle
A disseminação da doença pode ocorrer a partir de lesões em folhas, panículas ou frutos que servem como fonte de inóculo para infecção em órgãos sadios. Essa disseminação ocorre, principalmente, por respingos de água (chuva, orvalho ou irrigação). O patógeno também sobrevive sob lesões em folhas velhas, ramos verdes ou secos, inflorescências ou panículas presas à planta.
A infecção ocorre, principalmente, na presença de água livre ou umidade relativa acima de 90%, sendo que a infecção depende da temperatura. Temperaturas altas, em torno de 28° C, são mais favoráveis às infecções de C. gloeosporioides. Períodos chuvosos e encobertos ou de orvalho prolongado coincidindo com o florescimento são condições ideais para a ocorrência de epidemias de antracnose. O patógeno possui vários hospedeiros alternativos, desde plantas silvestres a cultivadas, a exemplo da goiabeira, abacateiro, morangueiro, maracujazeiro, mamoeiro, etc.
Além de aplicações de fungicidas (cúpricos, mancozebe, tiofanato metílico e tebuconazole), é recomendada a adoção de práticas culturais para reduzir o nível de inóculo e as condições favoráveis à doença.
Entre as medidas recomendadas, destacam-se: eliminar ramos doentes; indução em épocas em que a floração não coincida com períodos chuvosos; realizar podas que propiciem boas condições de arejamento; efetuar limpeza do pomar retirando e queimando restos de cultura contaminados; não deixar frutos infectados nas plantas; fazer o tratamento químico pós-colheita com procloraz ou o hidrotérmico com temperatura de 52° C durante 5 minutos.
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